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Colcha
MC.TEX.0014

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Trata-se de uma colcha de composição inspirada na temática da Árvore da Vida. Esta assenta sobre montículos, desenvolvendo vários ramos, carregados de flores e frutos (entre os quais romãs), que preenchem o campo da peça. Junto à base da árvore, sobre os mesmos montículos que a sustentam, quatros ramos floridos. Aproximadamente a dois terços de altura, apresenta três aves, estando a maior colocada no eixo vertical subjacente ao tronco principal da árvore e as outras duas posicionadas junto às orlas laterais da peça.

Todo este conjunto encontra-se envolvido por uma cercadura de enrolamentos vegetalistas, embora sem definição geométrica; esta moldura ondulante, acentuadamente decorada, como que compensa a ausência de uma barra propriamente dita. A marcação da bissetriz dos cantos é feita através de grandes florões.

A temática ornamental da Árvore da Vida, bem como a disposição dos vários elementos decorativos, patentes nesta peça, apresentam muitas semelhanças com as colchas de Castelo Branco. Esta tipologia de têxteis bordados denota uma influência asiática, nomeadamente no uso deste motivo que remete para a produção têxtil indiana dos palampores, chitas destinadas ao mercado europeu, sobretudo inglês e holandês, com o elemento decorativo principal da árvore florida e que acumulam uma diversidade de influências de ascendência islâmica, europeia e chinesa. Tema presente em muitas religiões e culturas, a Árvore da Vida foi transposta para os bordados de Castelo Branco, não se sabendo ao certo se pela carga simbólica ou pelo seu valor estético.

Este exemplar é composto por quatro panos, com motivos bordados a seda frouxa (com pouca torsão) polícroma sobre duplo suporte de cetim de seda rosa salmão (anverso) e tafetá de linho (verso). Esta solução é pouco habitual no bordado de Castelo Branco, no qual o linho é usado na elaboração do suporte e a seda para bordar, sendo raras as peças executadas sobre uma base em seda e muito menos de cor rosa. Além disso, tecnicamente, o bordado desta colcha não apresenta o ponto de Castelo Branco, predominando o ponto lançado e o matiz. Embora nas composições mais elaboradas do bordado albicastrense este ponto possa coexistir com uma profusão de outros ou nem sequer estar presente, nos espécimes mais singelos é predominante. Deste modo, parece-nos mais prudente propor o território nacional como local de produção, considerando que este exemplar poderá não reunir características suficientes para que seja atribuído a um determinado centro de fabrico ou enquadrado num tipo de bordados com especificidades próprias como o de Castelo Branco.

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in web Acesso online à coleção Sistemas do Futuro