Tecida pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre a partir de uma pintura de José de Guimarães (1939- ) datada de 1991, a obra apresenta trama decorativa de lã, e trama de ligação e teia de algodão.

A marca da manufatura, habitualmente tecida num dos cantos inferiores do anverso da tapeçaria, é composta pelas iniciais MTP (Manufactura de Tapeçarias de Portalegre) e o monograma do/a seu/ua diretor/a, tendo sofrido alterações ao longo do tempo. Neste caso, a marca remete-nos para um exemplar produzido sob a direção de Guy Fino, uma das figuras responsáveis pela criação da firma em 1946.

José Maria Fernandes Marques nasceu na cidade de Guimarães, onde viveu até 1957, altura em que veio para Lisboa prosseguir estudos de engenharia. No ano seguinte complementou esta formação académica com outra centrada na pintura, desenho e gravura. Partiu para Paris em 1961, ano em que adotou o pseudónimo de José de Guimarães, em homenagem à sua terra natal. Para além de ter vivido em Angola, entre 1967 e 1974, a sua carreira artística foi influenciada pelas muitas viagens pela Europa e ainda a países como o México, o Japão e a China.

Em 1991, abordou a temática dos Descobrimentos portugueses através de um conjunto de pinturas denominado Série Navegadores e Descobridores, tributo à História de Portugal e ao estabelecimento de laços com povos de outros continentes. O original a partir do qual foi executada esta tapeçaria insere-se nesta série, tendo sido transposto para o tear em 1992, ano em que José de Guimarães iniciou a sua colaboração com a Manufactura de Tapeçarias de Portalegre.