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Societas Iesvitarvm Electa Regnis Portvgalliae Lege Regia. III Sept MDCCLIX [A Companhia de Jesus expulsa pela Lei de 3 de setembro de 1759]
MC.PIN.1295

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A expulsão dos Jesuítas é um dos acontecimentos emblemáticos que assinalam o período governativo do Marquês de Pombal, ministro de D. José I. A influência político-religiosa que a Ordem detinha junto de membros da alta nobreza próxima do rei era do especial desagrado do governante, não só porque poderia pôr em risco as suas decisões políticas, como a própria autoridade do Estado. A Companhia de Jesus tornou-se assim num dos alvos preferenciais da política pombalina, que frequentemente a acusava de promover focos de resistência.

 

Com a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, a 7 de junho de 1755, a tensão entre e a Companhia de Jesus e Sebastião José de Carvalho e Melo tornou-se clara, fruto da declarada contestação praticada pelos missionários jesuítas que, de certa forma, legitimou e reforçou o descontentamento dos colonos. A situação foi-se agudizando particularmente logo após o terramoto de 1755, depois de o padre Gabriel Malagrida ter utilizado o acontecimento como pretexto para condenar a governação de Pombal, classificando o dia 1 de novembro como Dies irae [Dia da Ira, correspondendo às primeiras palavras do cântico gregoriano do séc. XIII que foi oficializado pelo Concílio de Trento]. As reações não se fizeram esperar e, depois da execução de Malagrida, a perseguição aos Jesuítas acentuou-se e a Ordem acabou por ser incriminada como responsável moral pelo atentado régio de 3 de setembro de 1758.

 

Consequência de uma forte campanha anti-jesuítica, a 3 de setembro de 1759 foi promulgada a “Lei dada para a proscrição, desnaturalização e expulsão dos regulares da Companhia de Jesus, nestes reinos e seus domínios”, simbolicamente decretada um ano após a tentativa de regicídio. Os jesuítas foram oficialmente expulsos de Portugal, procedendo-se ao embarque de cerca de 1100 padres da companhia na zona de Belém, que daí seguiram em direção aos Estados Pontifícios.

 

O significado alegórico desta aguarela é indicado pelos elementos iconográficos que foram associados à representação do padre jesuíta que é exibido no centro da composição: a tocha acesa que incendeia o globo terrestre e junto do qual estão a mitra papal e a coroa real, fazem referência à ofensa praticada pela Companhia de Jesus ao poder eclesiástico e ao poder real; o livro fechado que se encontra a seus pés simboliza a proibição da ação educativa da Ordem em Portugal; o saco com moedas de ouro são uma menção aos bens da Ordem que foram confiscados pelo Estado; e, no fundo da composição, querendo significar a lei de 3 de setembro de 1759 que ditou a expulsão da Companhia de Jesus em Portugal, uma nau faz-se ao largo, enquanto que do céu tormentoso cai um raio que atinge o clérigo no rosto

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