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Tapeçaria "Glória de Lisboa"
MC.TEX.0013
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Executada pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, segundo cartões de António Lino (1914-1996) datados de 1955, a peça foi expressamente encomendada pela Câmara Municipal de Lisboa, sendo exemplar único. O contrato celebrado entre esta entidade e o artista estabeleceu um programa iconográfico em torno da evocação da cidade de Lisboa e das suas colinas, através de algumas edificações que nos remetem para um período que se inicia com a fundação da nacionalidade e se prolonga até meados do século XX. As figuras de D. Afonso Henriques, Santo António e Camões encontram-se colocadas, estratégica e respetivamente, junto ao Castelo de São Jorge, à Sé de Lisboa e à “cidade dos Descobrimentos”, esta última representada, nomeadamente, pelo Mosteiro dos Jerónimos. A “cidade atual”, da qual nos fala o referido contrato, é ilustrada por diversos empreendimentos levados a cabo durante o período do Estado Novo, como a Tribuna Presidencial do Estádio Nacional, a autoestrada para Cascais ladeada pelo polo florestal de Monsanto, a Casa da Moeda e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Na metade inferior da tapeçaria estão dispostas algumas figuras simbólicas, entre as quais a Família, célula base da sociedade do Estado Novo, aqui evocada por um conjunto composto por um homem, uma mulher e uma criança. Uma figura adornada de coroa mural personifica a “Lisboa-Nova”, um dos motivos que, segundo o contrato, deveria constar na obra. Observa-se ainda a embarcação com os dois corvos que velam os restos mortais de S. Vicente, presente no brasão da cidade de Lisboa, e os dois pares de datas 1147-1947/1640-1940, que remetem para um ciclo de grandes festividades em torno da Cidade e da Nação, como as Comemorações do VIII Centenário da Tomada de Lisboa aos Mouros, em 1947. O espírito nacionalista do Estado Novo, com forte carga simbólico-propagandística, está ainda patente numa das legendas da obra: “Lisboa-Nova, Orgulhosa do Passado, Senhora do Presente e Confiante no Futuro”.

 

António Lino nasceu em Guimarães e frequentou a Escola de Belas-Artes do Porto, onde estudou desenho e pintura, tendo sido discípulo de António Teixeira Lopes, Acácio Lino e Dórdio Gomes. Foi um artista multifacetado e prolífico em diferentes disciplinas das artes plásticas: desenho, pintura, aguarela, gravura, escultura, cerâmica, azulejo, tapeçaria, mosaico e vitral.

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