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A armada dos cruzados diante de Lisboa
BARATA, Jaime Martins (1899-1970)
MC.PIN.0155

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Esta obra pretendeu “documentar” um dos vários episódios relacionados com o cerco das forças cristãs à Lisboa muçulmana, em 1147. Ao seguirmos a fonte narrativa mais credível (a carta do presbítero anglo-normando Raúl, endereçada ao clérigo Osberto de Bawdsey), no dia  28 de junho, uma poderosa armada de cruzados vindos do norte da Europa (integrada por normandos, ingleses, escoceses, flamengos e alemães), seguia em direção à Palestina, no âmbito da Segunda Cruzada (pregada pelo papa Eugénio III e por S. Bernardo), entrou no estuário do Tejo, e lançou âncora diante de Lisboa.

 

 

Tendo feita escala no Porto, os cruzados foram persuadidos pelo bispo D. Pedro Pitões, através de um longo discurso, a participar em mais uma tentativa de conquistar Lisboa (a primeira havia sido em 1142, mas falhara), embora não sem antes ter sido negociada a recompensa material.

 

 

Não sabemos ao certo o número de homens envolvidos, mas a referida fonte narrativa diz-nos que eram 164 embarcações que compunham a frota. Ora, o que podemos aqui observar é essa concentração de navios, entre cogas, galés e galeaças, de um mastro, com velas redondas ou quadradas, algumas delas ornadas na proa com a cabeça de uma serpente marinha, resquícios de mitologia nórdica. Ao fundo, à direita da imagem, vislumbramos Lisboa, identificada pelo próprio Martins Barata, em outra obra do Museu de Lisboa, desta forma: “… e assim seria a Lisboa Mourisca, toda de branco, deitada como noiva na sua alcova nupcial” (MC.PIN.0157).

 

 

Foi assim que o artista respondeu ao convite da Câmara Municipal de Lisboa que, em 1947, para comemorar os 800 anos da tomada de Lisboa aos mouros, produziu um livro para ilustrar a história da cidade: Lisboa - oito séculos de História. Jaime Martins Barata, professor de desenho em vários liceus, ficou responsável pela ilustração histórica e evocativa de numerosas reconstituições, em que pode dar largas ao seu gosto pela verosimilhança e fundamentação documentada, provavelmente com o apoio dos amigos olisipógrafos Norberto de Araújo e Gustavo de Matos Sequeira. O artista já tinha efetuado o tríptico que decora a escadaria principal do Palácio de S. Bento e os dois painéis para o átrio do Conservatório Nacional, no Bairro Alto.                           

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