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O feito de Martim Moniz no cerco de Lisboa de 1147
BARATA, Jaime Martins (1899-1970)
MC.PIN.0154

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Foi desta forma que o artista respondeu ao convite da Câmara Municipal de Lisboa que, em 1947, para comemorar os 800 anos da tomada de Lisboa aos mouros, produziu um livro para ilustrar a história da cidade: Lisboa - oito séculos de História. Jaime Martins Barata, professor de desenho em vários liceus, ficou responsável pela ilustração histórica e evocativa de numerosas reconstituições, em que pode dar largas ao seu gosto pela verosimilhança e fundamentação documentada, provavelmente com o apoio dos amigos olisipógrafos Norberto de Araújo e Gustavo de Matos Sequeira. O artista já tinha efetuado o tríptico que decora a escadaria principal do Palácio de S. Bento e os dois painéis para o átrio do Conservatório Nacional, no Bairro Alto.                   

 

                           

Esta obra é alusiva a um suposto episódio passado no cerco de Lisboa, em 1147, tendo como protagonista um cavaleiro chamado Martim Moniz. No entanto, ao contrário de outros ilustrados pelo mesmo artista, este é baseado numa lenda, com raízes, provavelmente, no Nobiliário do conde D. Pedro, do século XIV, onde depois de apresentar a linhagem de um tal conde D. Osório de Cabreira, afirmou que descendia de D. Martim Moniz: “(…) morto pelos mouros em Lisboa, à porta que chamam de Martim Moniz”.

 

 

Reza a lenda que, durante o cerco, os soldados muçulmanos faziam surtidas para fora do castelo. Numa dessas vezes, ao regressarem, o cavaleiro aproveitou a oportunidade e atirou-se na direção da porta, tentando entrar.  Não tendo conseguido, restou-lhe, com o próprio corpo, fazer calço à porta, evitando o fecho da mesma. Morreu entalado, mas a porta manteve-se aberta, deixando assim passar os soldados portugueses comandados por D. Afonso Henriques, que, desta forma, conquistaram a cidade. Este ato individual de coragem mostrou-se decisivo para a vitória dos cristãos. Ora, sabe-se que Lisboa não foi conquistada por assalto direto às suas robustas muralhas, mas por rendição dos lisboetas. Até hoje, a historiografia tem-se mostrado dividida quanto à veracidade do referido episódio.

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